Entrevistada: Ojas (Psicoterapeuta)
1- Você já foi analisado ?
Sim, já fui e continuo sendo analisado. Fiz um ano de análise em Bioenergética, com um terapeuta de um centro de meditações e bioenergética. Na verdade esse processo de análise individual era parte de um grupo de formação que participei durante 2003, 2004 e 2005 naquele centro. Lembro-me que foi um processo bem intenso, porque, além das sessões individuais, participava de workshops, grupos de finais de semana, meditações diárias e grupos de exercício de bioenergética semanais. Inclusive, morava dentro do próprio centro. Hoje faço análise reichiana e recebo supervisão do meu trabalho no Núcleo de Psicoterapia Reichiana do Rio de Janeiro.
2- De que forma isso influenciou sua vida (ou influencia)?
Sobremaneira. Eu era uma pessoa muito desconectada do corpo físico e da realidade objetiva. Vivia num mundo meio que à parte, que eu chamava de espiritualidade. Depois, me conscientizei que essa pseudo espiritualidade era, em boa parte fuga, escapismo. Não que a espiritualidade e a meditação não façam parte da minha vida hoje. E como fazem! O espaço meditativo que me rondava está totalmente aqui, só que de uma forma muito mais integrada. Uma outra questão também trabalhada foi a da minha paternidade. Ao longo da minha vida sempre disse que jamais teria um filho. Era até meio avesso a esse tema. Hoje posso separar, claramente, o meu tesão de ser pai e de ter uma filha linda, do grande medo que o meu pai tinha e que transferiu pra mim. Mas esse medo não era meu. Era dele. A terapia ajuda muito a clarear as coisas.
3- Fale-nos um pouco de você:Hoje, desenvolvo o meu trabalho com, basicamente, dois ingredientes: Terapia e Meditação. Abri meu próprio espaço em Ipanema, no Rio, o Espaço Vigor, onde dou Terapia Reichiana e Bioenergética em sessões individuais e exercícios em grupo. Atendo também meus clientes com uma maravilhosa técnica de massagem chamada Yoga Massagem Ayurvédica e organizo cursos e grupos de meditação. Nas horas vagas, gosto muito de exercitar o meu corpo. Freqüento academia de ginástica, gosto de musculação, natação, alongamento e correr na areia da praia. Naturalmente, sigo o caminho indicado pelo meu próprio nome: Swami Dhyan Ojas. Swami significa o “Pai de Si Mesmo”, o que consiste num dos grandes objetivos da terapia: dar nascimento a você mesmo, tornar-se um homem maduro, consciente, senhor das suas emoções e humores, ser digno e responsável, capaz de ir atrás do seu próprio prazer, deixar de terceirizar os seus problemas e aprender a andar sobre suas próprias pernas. Dhyan significa “Meditação”, ou seja, o caminho está na meditação, pela técnica meditativa e pelo êxtase. E Ojas significa Vigor: o viço e a seiva da vida, no corpo. O prazer e a dor de estar no corpo são aceitos como um grande desafio nessa fantástica existência.
Vida afetiva: Estou no meu sexto casamento, constituindo uma bela família. Moramos juntos, minha namorada Célia, vídeo-artista e cineasta, e minha filha Luiza, um pedacinho de gente de um aninho de vida – que se acha! – , cheia de vigor, peraltice e esperteza. Dá gosto voltar pra casa e ver o que a galera está aprontando..
4- Você diria que a analise foi (ou esta sendo) uma experiência fundamental para sua vida?
Foi e é fundamental. Não apenas a análise individual, mas também todo o mergulho que experimentei em diversos processos terapêuticos. Sem sombra de dúvida, não seria a mesma pessoa que sou hoje se não tivesse passado por toda essa vivência.
5- Havia alguma coisa não realizada e que você alcançou depois, ou em virtude da analise?
A paternidade, a realização do Espaço Vigor, meu próprio espaço de trabalho e desenvolvimento, a conquista de um estado de maior clareza e carinho com a minha sexualidade, clareza mental e maior enraizamento, são grandes conquistas que espelham o triunfo do processo terapêutico analítico na minha vida.
6- Como anda sua cabeça atualmente?
Ótima, estou numa fase de muita energia, com muitas idéias, muita vontade de realização e feliz com o que estou fazendo e com o que sou.
Currículo
SW DHYAN OJAS
Psicoterapeuta
47 anos
Formado em Bioenergética pelo Centro Namastê de Meditações Ativas e Bioenergética, do Rio de Janeiro-RJ.
Aprofunda seus conhecimentos da Psicoterapia Reichiana no Núcleo de Psicoterapia Reichiana do Rio de Janeiro-RJ
Formado em um intensivo grupo avançado da Traditional Ayurvedic Yoga Massage, ministrado pela Mestra Indiana Kusum Modak, criadora do método.
Aprofunda sua prática com Ananta S. Girard, criador da ARYM (Ayurvedic Restorative Yoga Massage), produzindo e atuando como seu assistente nos cursos, Básico, Intermediário e Avançado, realizados em 2006, 2007 e agora em 2008, na cidade do Rio de Janeiro
Treinado em Meditação Social pela Humaniversity College of Meditation, Egmond, Holanda.
Formado na técnica de Osho Renascimento pelo Osho Centro de Renascimento e Kyol Che do Rio de Janeiro-RJ.
Entrevista realizada em Setembro de 2008