DE REPENTE, VEJO

A poesia não é feita,
Faz-se por meio do poeta.
Vem à tona em meio à água,
Do poço que sacia a sede,
Mas nunca a sofreguidão dela.

Sorrateira, ela é, sim,
Um fio de ouro intocado,
Só visto à caricia da claridade,
Ou na mão de quem o recolhe,
Com cuidado.

A poesia não é vista,
Aparece à visão da surpresa.
É indiferente aos brutos,
Aos que passam e dilaceram.
Não se esconde nos gestos fingidos,
Ou nos que, para matar, esperam.

Não se engane:
Para vê-la, espera.
Se ela aparecer,
Você é.
Se não,
Você jamais será poeta.

Lin de Varga

Comments (1)

Laerte Vargasjulho 14th, 2024 at 10:51

Belo legado deixado por Lin de Varga, meu irmão.
Sua o obra se mantém viva.

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