DIÁLOGOS DE VIDA E MORTE

Eu sabia que me tocava a morte,
mas era um suspiro quase.
Nada que me afligisse,
ou me dissesse sorte.

Olha, que te procurara,
como reino de pequenas urzes.
olha que me olhavas,
mas me dissestes: não urge, não urge.

Como não, os lobos estão nas colinas,
e olham a devastação que fizemos.
não tenho culpa, eu não!
Como não? tomastes a água mineral,
jogastes a garrafa fora.

Mas é preciso que vejas!
E nem pedi, sequer corri primeiro.
minha mãe era o Everest,
e todos à cabeceira.
Berrei, impotente.
puxaram- me pela cabeça.
Por isso, nada fostes vida inteira.

Então, agora olha,
nada urge, espera o asteróide.
Espreito noite inteira.
Os lobos não deixarão a colina,
Virão, virâo, e te olharão ainda.
ainda, e ainda.

Lin de Varga

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