EIS QUE TRAGO O QUE SABE O NÃO MANIFESTO
NADA CORROMPE
Deixa fugir o o pensamento aonde for. Ele não sabe nem mesmo de si próprio. É ave que procura a liberdade fora de ti. Quer dissolver-se no nada. Deixa-o em seu destino. Tu és imutável e eterno em tua natureza. Nada te pode corromper.
Uma vez, no início de uma poesia, escrevi algo como “Eu pertencia a Vênus e Vênus me pertencia.”
Mas era só uma intuição. Agora sei: Um grão de matéria lá, em Vênus tem a minha tessitura e vice-versa. E isso, ninguém poderá tirar de você. Não é negociável. Nada lhe pode corromper. É o que É.
Às vezes, me pergunto que “vento” me trouxe aqui e me fez esse Lin , meu nome e identidade, profissão, etc ). Poderia tal vento ter me levado a um outro corpo. E eu seria você?
Isso é uma estupidez (no mínimo) , julgar o outro Você se julga a si mesmo e perde sua verdadeira identidade, aquela que também é a identidade eterna de Vênus.
Mas qual poesia se pode escrever a partir desse vazio criativo que nos faz em nossa verdadeira natureza? Não terá palavras, é certo. Nem limites, por impossível.
Tal poesia pertence à semente, que não vemos, mas que faz a flor. Há como senti-la sem nenhum sentimento, quando todos os registros deixaram a impregnação do cérebro.
Talvez seja possível ouvi-la como se ouve o estalar da lenha sendo consumida pelo fogo.
Ouvir a flor desabrochando é meditação. Nada a pode corromper.
Lin de Varga