EIS QUE TRAGO O QUE SABE O NÃO MANIFESTO
EIS QUE TRAGO O QUE SABE O NÃO MANIFESTO
A FICÇÃO DO EGO
Buscar é perder. Viva o agora em você. Buscar é perder o trem na estação.
O ser humano nunca pode se ver a si mesmo; só através de um espelho,mas isso é unicamente um reflexo, não é o homem real( Se é que existe algum). Assim, nenhum animal pode se ver a si mesmo, nenhuma vida na terra se pode ver. É algo contundente,todavia alguém se preocupa com isso? Quem sabe, poderia ser a descoberta de que somos pura consciência…
“O espanto do meio-dia,
Forja espirais na floresta,
mas não toca a umidade de todas as coisas.
A vegetação sorri, é fato.
O Ser sem obstrução,
A sacralidade de cada gesto,
Consciência de que a consciência atravessa seu corpo,
Sem barreiras
E VÊ.
Desvenda o mistério de ter fome e comer. Estarás “iluminado”.
Não é possível que não se perceba que um minuto sob o sol, basta para responder a todos os questionamentos e vale por toda a literatura até hoje escrita. Supõe-se que o ego surja na criança entre os 2 e os 5 anos, isto é, uma criança nascida de pais “normais”. Levando-se em conta o que acontece em torno,a luta do ego inicia-se para fazer-se sólido e, neste trabalho, precisa, com força, de deixar de ser um não ego. Aqui, percebe-se a natureza ficcional que é sua natureza. O que o forma?Ou por outra, o que lhe dá alimento para que se possa construir a si mesmo?O fato de fora, o outro, ou ele, ego, não seria ego. Formado em sua subjetividade pela ficção, nunca se libertará como ego. O ego não pode olhar o ego, isto é fundamental. Quem o olhará?
E se a relva te olhasse?E se a relva te sonhasse?O que tu serias senão um sonho, um ser olhado pelo corpo da relva. Assim, nunca o teu poço de memórias poderá resolver esse enigma: Tu no corpo da relva.
Há muito tempo, talvez uns quinze anos, uma atriz, no Programa Sem Censura, da TV E,disse uma frase, que anotei à margem da página de um livro. Dissolvido o tempo, leio-a agora. É tão linda e dá vontade de citar o nome da atriz,mas não posso saber se ela gostaria disso: “No mais íntimo de nós, há o ar. Nós somos ar.”
LIN DE VARGA*