Eis que trago o que sabe o não manifesto

Tolle e Lao Tsé

“Quando me dissolvo em mim, a mente desapareceu no MISTÉRIO, o vazio sem limites. TUDO É. Há um torvelinho; não, é mais: Um sopro. E reabsorção.”

A bênção, com efeito, está em morrermos para o que supomos ser e nascermos na Eternidade que somos.

É a testemunha que dá possibilidade ao conhecido. O ver e o visto. Se não há quem veja, o visto não foi visto. Pura percepção sem intenção e a testemunha se funde no que vê.

É como se fora um silvar de cobra. Este alento, nascido do suspiro imediato à não existência, com-penetra. Só isso há e só isso importa.

Os olhos de uma pessoa: Suponha que você os olhe com toda atenção e que neles possa ver o milagre que é uma imagem impressa na retina. Por exemplo, um edifício,uma rua cheia de veículos e gente, uma floresta inteira, uma montanha, o rosto de outra pessoa, um rio( com o luar pousado nele)…Se você puder me apontar um princípio de crença indiscutível que me traduza este milagre, a ele me converto.

O computador não é mesmo filho do homem? Como acumula!

Se você sabe que é puro espaço, os sentimentos estão livres para acontecer sem fronteiras neste espaço; tudo está dentro deste espaço, dentro do espaço infinito e puro que você é.

Não há uma deliberação em viver-se na ilusão, apesar de algumas pessoas chegarem às portas da consciência e, com medo do imensurável que é, às vezes, de relance, num lampejo, pressentido,retornarem. Há relatos na internet de pessoas que perguntam coisas tipo “…Mas como vou criar os meus filhos?” Com efeito, é impressionante saber-se que se É essa Consciência – puro espaço infinito e silêncio – e constatar-se o extraordinário número de pessoas que vivem presas em suas construções mentais. É impressionante constatar-se isto, saber-se Aquilo, não.

Eu estava em um quarto de hotel, no interior das Minas Gerais,sentado sob um abajour que pendia do teto, às quatro horas da manhã, lendo o capítulo 7 do livro “Um Novo Mundo, o Despertar de uma Nova Consciência”.(1)Logo adiante, sobre a mesa, eu tinha um exemplar do TAO TE King, de Lao Tsè.(2)

No texto, TOLLE diz, em dado momento: “…É a consciência sem forma e a essência de quem somos.” Resolvi assinalar a frase e procurei a lapiseira entre as folhas do Tao Te King( nunca se marca um livro com tinta de caneta). Ela, a lapiseira, estava na página 25, na qual se lê:”o TAO é como um recipiente oco…(…) Parece o manancial de todas as coisas.”

Estes dois homens, separados,digamos, por 2500 anos entre as suas vidas, tomam conhecimento de uma verdade tão esmagadoramente simples, assim como a tomo eu, sentado naquele quarto de hotel. Somos pura consciência e é só isso que sabe o Não Manifesto. Difícil supor que a maioria das pessoas não a percebam.

O Todo não observa: É.

LIN DE VARGA*

1.    TOLLE, Eckhart ; “Um Novo Mundo, O Despertar de Uma Nova consciência, Editora Sextante, pg. 192, 2007;
2.    TSÉ, Lao; Tao Te King, o Livro do Sentido e da Vida,Hemus Editora,5a.Edição.

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