Eis que trago o que sabe o não manifesto

PODE ser que o fato de o não manifesto manifestar-se em nós (terra, natureza, galáxias, mundos, etc), seja só uma experiência cósmica?Pode ele estar experimentando algo chamado tempo?

Há um silêncio profundo na galeria de quadros e movimentos. Parece, por um lapso, que existe o dia, mas o silêncio descarta esta idéia. Ele a tudo inunda.

Veja a tudo sem a mente. Seja uno com toda experiência.

O corpo tem que estar no espaço,mas sempre no agora. A mente, no tempo, é volátil. Há uma calma antes.

Se você olha a flor, sem transformá-la, você a viu sem a mente. É isso o que a flor espera. Ambos, você e ela, são, então, unos com tudo o que existe. Se você ama o outro, sem transformá-lo, você o amou sem a mente. Ambos, você e o outro, são, então, unos com tudo o que existe. É isso que o outro espera, mesmo que ele não saiba, que tenha perdido essa noção na obliteração da mente, no corpo a que recorreu.

Sobre as placas, continentes sem composição, o não manifesto se insinua. Está na criança e no gesto, na mulher e na árvore, em todas as raízes.

Disseram-me um dia: “Minha família são porta-retratos.”

A consciência que você é, a tudo aviva. Como uma luz, dá claridade a cada situação que se apresenta. Como viver obliterado pela mente?

Quando você está totalmente atento, você se esquece de quem você supõe ser, seu nome, identidade como mãe, pai, filho, etc. Aí, você é pura consciência observando as coisas acontecerem. Aí, você, efetivamente, pode amar.

Se o horizontal fosse sugado e desaparecesse,como uma bolha de sabão que estala,a bem aventurança seria o viver comum.

Até onde posso entender,ao perceber o infinito profundo e o sopro do vento em uma relva,algo de estranho aconteceu com esse ser chamado humano. Algo que não estava nos planos cósmicos. Está bem: O não manifesto aceita,mas não estava nos planos.

O homem que sonha à noite, é o mesmo que sonha durante o dia. Se tudo é sonho, por que não observar-se, como se assiste ao pesadelo da novela na TV?

LIN DE VARGA*

* VARGA, segundo o “Aurélio”: 1- Várzea alagadiça; 2 -Armadilha de pesca, espécie de rede.

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