Eis que trago o que sabe o não manifesto
Mesmo o terremoto mais intenso não perturba a calma do lago. Além do lago está a calma do lago, assim como sua calma está além da palavra dita ou pensada.
Árvore, flor, planta, bom sabê-las; mas, em qualquer objeto, em qualquer forma, em uma lixeira, existe o mais profundo silêncio.
Olhar com profunda calma, é olhar com os olhos da consciência.
Não posso me reencarnar em mim, porque sou eterno.
Se há pensamento, se ele existe em uma mente pura, sem a obliteração do conteúdo imposto, se você não pensa sobre alguma coisa, ou seja, o passado, mas cria, a cada agora, um pensamento novo e transparente, não é possível – é absolutamente impossível – que não haja resposta para o mistério.
Para resistir tem que existir o passado. Se não houver, você não resiste. E só pode existir calma.
Um cérebro vazio é divino. Por que enchê-lo? Um cérebro vazio permite que você ame. O amor das esferas, do espaço infindo, do silêncio absoluto. Não o amor inventado.
Você, de repente, tira o chapéu e, num estalar de dedos, foi-se o conteúdo.
LIN DE VARGA*
* VARGA, segundo o “Aurélio”: 1- Várzea alagadiça; 2 -Armadilha de pesca, espécie de rede.
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