Eis que trago o que sabe o não manifesto

Poucas coisas vieram-me tão esclarecedoras: O vertical. O vertical é puro, inconcebivelmente profundo, libertador, desanuviador de todas as questões Muita gente fica irritada comigo, não sei o porquê, quando digo que o corpo é mais importante que a mente. É preciso sentir o vertical. A mente não entende o vertical. O aprofundamento é da ordem do vertical. É corpo com um funil. Consciência é uma não coisa vertical.

Concordo com aqueles que dizem que temos de ser observadores, testemunhas do que acontece na mente, como se fosse um filme, um teatro. Digo mais: Devemos observar dos bastidores, por trás do que acontece. Ver os alicerces da ilusão e torná-los pilastras de vento.

A iluminação não existe como um alcançar.. Ela já é você. Uma vez escrevi, ficou perdido: “A iluminação te toma”. Pode ser, se você pensar que um dia você se sente, novamente, em casa, de onde nunca saiu .

É arrogância viver fora do aqui e agora. E nele, na consciência, há o alívio de não julgar, de não alimentar o Ego. O Ego precisa do julgamento, da dor, do rancor. Ele fica à espera e, às vezes, vocifera.

Ninguém pode observar o observador .Você observa sua mente, o ego desnorteado, seu corpo .Agora, tenta observar você observando…Não há nada, antes. Nenhuma construção de juízo.O(m) nada,antes, é o que chamam êxtase, iluminação. É,simplesmente, você.

Veja a mente, o ego, como um rodar de moinho no corpo do Infinito. Desfaça-o.

O ego é uma ficção inventada pelo Outro, geralmente, pais, mas não sempre. Ora, se assim é, olhe antes dele,antes do ego,olhe a sua consciência límpida e imaculada. Pegue a estrutura de convencimento que se fez após os pais. Pegue-a como se fossem alicerces de uma casa que não existe. Construa sua casa, nova, limpa de passado e fluida como se fosse um barco sem porto. Nem mesmo saiba de um novo porto. BEMVINDO AO LAR.

LIN DE VARGA*

* VARGA, segundo o “Aurélio”: 1- Várzea alagadiça; 2 -Armadilha de pesca, espécie de rede.

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