Gota e Indecisão
É esta gota, eterna,
Que me atormenta,
Que me cala em sua indecisão.
Vem dos caules e das folhas,
Da integridade da árvore.
Não se esparrama nunca a gota
Em nenhum vão.
Seus espectadores,
Eu e o silêncio da noite fria.
O grande vulto transbordante
Da mangueira envelhecida –
Suspensa ao vento –
É o noturno corpo da gota.
Um ponto,
Uma só trêmula interrogação,
Sem queda, sem saída,
Sem tempo de ser,
No chão.
abril 25th, 2009 in
Poesias